quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Whatever 2.0 - 2.

- Di! - me aproximei para abraçá-lo.
- Manu, precisamos conversar. - ele me olhou sério recusando meu abraço.
Senti um frio na barriga imenso e uma vontade quase inegável de sair logo dali. Me segurei e respirei fundo tentando me acalmar. Eu sabia onde ia parar essa conversa. Isso talvez explique o modo como ele vem se comportando esses ultimos dias.
- Diego, vá direto ao assunto. Não quero ser enrolada. Seja direto.
- Tá né.. Você que sabe...
- É.
- Manu, eu quero dar um tempo.
- Aé, e porque isso?
- Porque eu estou apaixonado por outra Manu.
- Que?
- É. Eu a amo.
- Quem Diego? - senti meu sangue ferver.
- A Amanda, Manu. A garota que faz meu coração bater.
- Me poupe de detalhes. - girei os olhos.
- Estamos amigos? - ele estendeu a mão.
- Vai sonhando, idiota! - fecho a porta em sua cara ignorando quando ele solta um palavrão de dor em seus dedos.
Olho para a a varanda do Mat e vejo ele sozinho. Pego o telefone. Meus dedos deslizando rapidamente pelos botões discando o número da pessoa que eu mais preciso agora.
- Alo? - a voz de Math parecia triste.
- Oi.. Que foi Math?
- Sabe a garota que eu tava pegando?
- Aham.
- Ela terminou comigo. - sua voz era bem triste.
- Então vem aqui outra bomba! - hesitei um pouco antes de responder - O Di terminou comigo.
Ouvi uma voz fina, feminina acho. E então ficou um silêncio do outro lado durante um bom tempo.
- Math? Math.. Math?
- Ah, oi.. Oi... Perdão. O que você tinha dito? É que aquela pessoa entrou aqui no quarto e tá me pedindo desculpas. Mas então.. Qual a bomba?
- Eu.. Meu pai me deixou ir na viagem da escola.
- Ual. Isso é bom!
- Muito.
- Manu, vou desligar. Te amo! Beijos.
- Também te amo. Beij... - fui enterrompida pelo som do telefone desligado "tu tu tu".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Whatever 2.0 - 1.

Sentei no sofá ansiosa. É claro que sempre que ficava naquele estágio de ansiedade corria o risco de desmaiar. Mas eu não podia. Não agora que meu pai estava indo pegar meus resultados. Era vida ou morte! Ouvi o carro do meu pai estacionando e então senti uma corrente de medo passar por todo meu corpo. Eu não estava preparada para aquilo. Era meu ultimo ano de escola. Tremi ao me lembrar.
- Manu? - meu pai falou enquanto entrava.
- Pai, você chegou! - falei um pouco atordoada.
- Tá com medo? - ele me olhou com um olhar que ao mesmo tempo que era patético, era misterioso.
- Eu? Não.. Que isso! Só dependo desse resultado para o resto da minha vida. - sorri enquanto falava sarcásticamente.
- A mesma de sempre. - ele sorriu - Enfim, aqui está.
Ao ver seu sorriso eu me acalmei um pouco.
Ele esticou seu braço com um papel branco dobrado e entregou em minhas mãos.
- Eu ainda não vi. Queria ver com você! - ele disse orgulhoso de si mesmo.
O nervosismo e o medo subiram novamente a minha cabeça. Minha vontade era de abrir o papel e ao mesmo tempo de deixá-lo fechado para sempre.
- Vai abrir ou vai ficar me olhando com essa cara de morte? - ele levantou uma sombrancelha.
- Oi? Ah, sim.
Abri devagar o papel. Olhei para o mesmo e um sorriso encheu meu rosto em fração de segundos.
- Posso ver? - ele pegou o papel de minha mão antes que eu pudesse responder.
- É claro. - girei os olhos e sentei no sofá.
- Hum.. Você passou! Parabéns, querida. Opa.. O que é isso aqui? - olhei assustada para ele.
- Que foi?
- Parece que os alunos que passaram ganharam uma viagem. - ele olhou para mim e depois para o papel - Ah.. Não ganharam nada!
- Hã? - disse confusa.
- É. Não ganharam.. Eu terei de pagar. E muito, por sinal.
- Vai pagar? - olhei confusa para ele.
Eu sei que meu pai tinha liberado várias coisas para mim esse ano, foi tudo muito rápido para ele. Eu entendo se ele não quiser me levar para a viagem que vai marcar a minha vida.
- Claro que vou! - ele sorriu e me abraçou um pouco desajeitado - É o minimo que posso fazer pela minha filhinha.
Não tive nem tempo de debochar do "filhinha", as lágrimas correram pelo meu rosto sem que eu pudesse impedi-las.
- Eu te amo pai! - falei enquanto me aproximava para lhe dar outro abraço.
- Só porque vou pagar sua viagem? - parei de abraçá-lo e comecei a rir.
- Claro que não! Porque você é o melhor pai do mundo, dã.
- Ah sim.. Nem exagera!
- Exagero sim. Na verdade, não estou exagerando, estou sendo sincera.
- Sei. Senhorita sincera, já ligou para o Matheus para saber se ele te acompanhará nessa viagem?
- Eita pai.. É mesmo! Já volto.
Fui correndo para meu quarto e peguei o telefone para discar o numero de Math. Chamou.. Chamou.. Ninguém atendeu. Decidi olhar pela janela de meu quarto para ver se ele estava ali.
Me aproximei da janela e então vi Math ali. Com uma garota que ou estava de biquini ou estava de.. Sutiã. Fechei rapidamente minha cortina e deitei em minha cama.
- Manu, porta para você! - meu pai gritou da sala.
Desci para ver quem era. E claro.. Diego!
 

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