terça-feira, 20 de abril de 2010

Whatever 2.0 - 6.

Fomos até meu chalé, ele colocou as malas no chão do quarto e sentou na rede que ficava perto da cama. 
― Então. Qual o seu nome mesmo? ― perguntei um pouco envergonhada por não saber.
― Gustavo, meu nome é Gustavo, Manu. 
E então me veio a cabeça o único Gustavo da sala, um garoto que usa aparelho, usa um óculos horrível e um sapato patético. Mas ele? Tão bonito! Não pode ser o mesmo.
― Aposto que veio na sua cabeça o Gustavo que eu era, certo? Aquele garoto.. Nerd?
― Sim, desculpe. ― pausei por um momento e pensei bem antes de falar qualquer coisa que poderia me queimar com ele ― Como virou isso?
― Lentes, meu aparelho já acabou o prazo e comprei roupas novas.
― E o cabelo?
― Só mudei o penteado. ― ele mexeu no cabelo e sorriu, um belo sorriso.
― Enfim, odeio falar de mim, diz ai.. Você ainda tá com aquele otário do Diego? ― ele fez uma careta ao falar o nome dele.
― Não, terminamos já faz um tempinho. 
― Nossa, que pena. ― ele sorria.
― Pena? Você está sorrindo.
― Sim, pena. Pena que de todas as garotas solteiras.
― Porque?
― Porque agora não terão mais chances. Todos os olhos estarão voltados apenas para você, a mais nova e bela solteira.
Apenas o que consegui fazer foi sorrir sem graça.


domingo, 28 de março de 2010

Whatever 2.0 - 5.

Uma pontada de raiva tomou conta de meu corpo. Como podia ele fazer isso comigo? Me diz que está com outra e agora simplismente diz que me ama? Que está arrependido?
― E? Você acha mesmo que eu tenho que te perdoar?
― Meio que sim.
― Meio que sim Diego? Você é patético! É bom que você aprende com a vida. ― olhei um segundo para ele e então virei-me em direção a saída do ônibus ― Aprenda a fazer escolhas com sabedoria.
Segurei a tentação de olhar para ver sua reação, respirei fundo, desci do ônibus e me deparei com uma paisagem perfeita onde eu estava? No céu? Era tão lindo.
― Manu. ― aquela voz que me fazia sorrir me pegou de surpresa ― Desculpa.
― Pelo que Math? ― me virei para vê-lo.
― Por não ter sentado com você no ônibus. A Roberta ― ele hesitou por um momento e continou sussurrando ― ela está com ciúmes seu. Eu disse " po, nada a ver a Manu é como um garoto pra mim ".
Como um garoto? Eu sou como um GAROTO? Eu não acredito que é assim que o Math me vê. Eu realmente não consigo acreditar. Como pode? Então ele é gay, porque já gostou de um "garoto".
Nada consegui falar, apenas sorri.
― Quer ajuda com essas malas? ― ele disse.
― Não, obrigada. Eu sou um "cara" forte. ― girei os olhos ao falar.
O Math caiu na gargalhada e então olhou para mim, secando uma lágrima ― que não existia.
― Você é hilária Manu, por isso eu te adoro. ― ele me deu um tapinha nas costas e foi andando pelo paraíso.
Eu fiquei boquiaberta olhando ele ir em direção a um grande chalé como se nada tivesse acontecido. Um garoto? Realmente, minha ficha ainda não caiu.
― Oi Manu, precisa de ajuda? ― um garoto, quase uma ilusão apareceu em minha frente.
― Q-quem é você? ― gaguejei.
― Eu sou da sua sala.
― Não é não. ― me assustei ao nunca ter percebido essa coisa em minha sala de aula.
― Sim Manu, eu sou. ― ele sorriu e segurou minha mala ― É, isso está pesadinho. Você precisa de ajuda. Vamos, onde fica seu chalé?


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Whatever 2.0 - 4.

Eu esperava uma viajem confortável, mas realmente não foi.
Primeiramente porque uma menina chata sentou ao meu lado e ficou fofocando com as amigas do banco de trás. Segundo que o Math e o Diego estavam acompanhados. E nenhum dos dois falaram comigo! Eu realmente não faço questão que o Di fale comigo, mas o Math? Não seria uma função dele?
― Manu.. Aquele menino está olhando para você faz um bom tempo. ― a Amanda, Vanessa.. Ah, tanto faz o nome dela apontou para o Math.
Eu olhei pra ele que riu e se virou para a Roberta.
― Muito sutil hein.
― Sutil é meu sobrenome. ― debochei.
O tempo passou lentamente. Abri minha mochila e achei um caderno de textos que por um acaso esqueci de tirar. Passei rapidamente as paginas e então parei sem querer em uma que tinha a tradução de uma das minhas músicas favoritas. Comecei a ler e então senti uma dor. Algo inexplicável. Aquelas palavras que antes eram interessantes, agora eram quase impossiveis de ler. Talvez pela verdade que sempre esteve subscrita nelas. Respirei fundo e comecei a ler novamente:

Losing Grip - Avril Lavigne
Você tem idéia do que me faz sentir, amor?
Mas agora eu me sinto invisível pra você
Como se eu não fosse real
Você não sentiu os meus braços ao seu redor?
Por que você foi embora?
É o que eu tenho a dizer
Fui deixada lá pra chorar
Esperando lá fora
Sorrindo com um olhar perdido


Uma lágrima me impediu de continuar. E fechei o caderno colocando-o no fundo da mochila e fechando a mesma.
― Estamos quase chegando galera! ― a Mônica, nossa surpervisora favorita alertou à todos ― Vamos acordando, nos ajeitando e se preparando.
Minha mala estava perto da cadeira do Diego, porque era o único lugar que me restara. Nem cogitei a possibilidade de ir até ele. Não mesmo! Esperarei ele sair.
― Chegamos!
Esperei todos sairem, me levantei e fui em direção à cadeira dele. E para minha surpresa? Ele não tinha saido.
― Manu. Você está me evitando? ― ele disse com a mala em sua mão.
― Não. ― disse e peguei a mala evitando qualquer contato com ele e me virei.
― Espera! ― ele segurou minha mão e eu me virei.
― Que foi? ― disse olhando para o chão.
― Me desculpa?
― Tá.
― Não Manu. Sério! Eu vi que eu não consigo viver, respirar nem ao menos pensar sem estar ao seu lado. Sem saber que você é minha.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Whatever 2.0 - 3.

A semana passou rápida. Minhas malas estavam prontas, me esperando para ir para a tal viajem.
Meu coração estava em pedaços. Fui em direção ao carro para meu pai me levar para escola.
- E ai, o Diego vai? - meu pai, desinformado falou antes de fechar a porta do carro.
- Não sei. - trinquei os dentes e fechei a minha porta com força.
Não entendo como meu pai não conseguiu perceber o quanto eu estava sofrendo ao longo dessa semana.
Meu pai ligou o carro e eu abaixei o pequeno espelho que fica preso no quebra sol e me deparei com meus olhos inchados e vermelhos. Com certeza causado pelo estrago de ontem à noite quando o Diego me ligou.
Foi realmente doloroso ouvir tudo o que eu ouvi, e no final ele ainda disse "você ainda gosta de mim.. como amiga?" eu disse que não. Eu não gosto dele como amiga e não queria mais lembrar dele. Mas ele fez o favor de me ligar para pedir desculpas pelo mal que ele me fez.
Eu poderia contar tudo isso para meu pai, ele iria correr para São Paulo. Mas eu não queria isso. Eu não quero largar tudo por causa de um garoto. E afinal, existem tantos no mundo.
- Chegamos. - meu pai falou enquanto terminava de estacionar em uma vaga da escola.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Whatever 2.0 - 2.

- Di! - me aproximei para abraçá-lo.
- Manu, precisamos conversar. - ele me olhou sério recusando meu abraço.
Senti um frio na barriga imenso e uma vontade quase inegável de sair logo dali. Me segurei e respirei fundo tentando me acalmar. Eu sabia onde ia parar essa conversa. Isso talvez explique o modo como ele vem se comportando esses ultimos dias.
- Diego, vá direto ao assunto. Não quero ser enrolada. Seja direto.
- Tá né.. Você que sabe...
- É.
- Manu, eu quero dar um tempo.
- Aé, e porque isso?
- Porque eu estou apaixonado por outra Manu.
- Que?
- É. Eu a amo.
- Quem Diego? - senti meu sangue ferver.
- A Amanda, Manu. A garota que faz meu coração bater.
- Me poupe de detalhes. - girei os olhos.
- Estamos amigos? - ele estendeu a mão.
- Vai sonhando, idiota! - fecho a porta em sua cara ignorando quando ele solta um palavrão de dor em seus dedos.
Olho para a a varanda do Mat e vejo ele sozinho. Pego o telefone. Meus dedos deslizando rapidamente pelos botões discando o número da pessoa que eu mais preciso agora.
- Alo? - a voz de Math parecia triste.
- Oi.. Que foi Math?
- Sabe a garota que eu tava pegando?
- Aham.
- Ela terminou comigo. - sua voz era bem triste.
- Então vem aqui outra bomba! - hesitei um pouco antes de responder - O Di terminou comigo.
Ouvi uma voz fina, feminina acho. E então ficou um silêncio do outro lado durante um bom tempo.
- Math? Math.. Math?
- Ah, oi.. Oi... Perdão. O que você tinha dito? É que aquela pessoa entrou aqui no quarto e tá me pedindo desculpas. Mas então.. Qual a bomba?
- Eu.. Meu pai me deixou ir na viagem da escola.
- Ual. Isso é bom!
- Muito.
- Manu, vou desligar. Te amo! Beijos.
- Também te amo. Beij... - fui enterrompida pelo som do telefone desligado "tu tu tu".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Whatever 2.0 - 1.

Sentei no sofá ansiosa. É claro que sempre que ficava naquele estágio de ansiedade corria o risco de desmaiar. Mas eu não podia. Não agora que meu pai estava indo pegar meus resultados. Era vida ou morte! Ouvi o carro do meu pai estacionando e então senti uma corrente de medo passar por todo meu corpo. Eu não estava preparada para aquilo. Era meu ultimo ano de escola. Tremi ao me lembrar.
- Manu? - meu pai falou enquanto entrava.
- Pai, você chegou! - falei um pouco atordoada.
- Tá com medo? - ele me olhou com um olhar que ao mesmo tempo que era patético, era misterioso.
- Eu? Não.. Que isso! Só dependo desse resultado para o resto da minha vida. - sorri enquanto falava sarcásticamente.
- A mesma de sempre. - ele sorriu - Enfim, aqui está.
Ao ver seu sorriso eu me acalmei um pouco.
Ele esticou seu braço com um papel branco dobrado e entregou em minhas mãos.
- Eu ainda não vi. Queria ver com você! - ele disse orgulhoso de si mesmo.
O nervosismo e o medo subiram novamente a minha cabeça. Minha vontade era de abrir o papel e ao mesmo tempo de deixá-lo fechado para sempre.
- Vai abrir ou vai ficar me olhando com essa cara de morte? - ele levantou uma sombrancelha.
- Oi? Ah, sim.
Abri devagar o papel. Olhei para o mesmo e um sorriso encheu meu rosto em fração de segundos.
- Posso ver? - ele pegou o papel de minha mão antes que eu pudesse responder.
- É claro. - girei os olhos e sentei no sofá.
- Hum.. Você passou! Parabéns, querida. Opa.. O que é isso aqui? - olhei assustada para ele.
- Que foi?
- Parece que os alunos que passaram ganharam uma viagem. - ele olhou para mim e depois para o papel - Ah.. Não ganharam nada!
- Hã? - disse confusa.
- É. Não ganharam.. Eu terei de pagar. E muito, por sinal.
- Vai pagar? - olhei confusa para ele.
Eu sei que meu pai tinha liberado várias coisas para mim esse ano, foi tudo muito rápido para ele. Eu entendo se ele não quiser me levar para a viagem que vai marcar a minha vida.
- Claro que vou! - ele sorriu e me abraçou um pouco desajeitado - É o minimo que posso fazer pela minha filhinha.
Não tive nem tempo de debochar do "filhinha", as lágrimas correram pelo meu rosto sem que eu pudesse impedi-las.
- Eu te amo pai! - falei enquanto me aproximava para lhe dar outro abraço.
- Só porque vou pagar sua viagem? - parei de abraçá-lo e comecei a rir.
- Claro que não! Porque você é o melhor pai do mundo, dã.
- Ah sim.. Nem exagera!
- Exagero sim. Na verdade, não estou exagerando, estou sendo sincera.
- Sei. Senhorita sincera, já ligou para o Matheus para saber se ele te acompanhará nessa viagem?
- Eita pai.. É mesmo! Já volto.
Fui correndo para meu quarto e peguei o telefone para discar o numero de Math. Chamou.. Chamou.. Ninguém atendeu. Decidi olhar pela janela de meu quarto para ver se ele estava ali.
Me aproximei da janela e então vi Math ali. Com uma garota que ou estava de biquini ou estava de.. Sutiã. Fechei rapidamente minha cortina e deitei em minha cama.
- Manu, porta para você! - meu pai gritou da sala.
Desci para ver quem era. E claro.. Diego!

domingo, 20 de setembro de 2009

Segunda temporada.

Decidi voltar a escrever aqui. Desculpem os leitores que se irritaram e tiveram que esperar - ou desistiram.
Postagem dia: 15/12/09.
 

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