sábado, 29 de agosto de 2009

Whatever - 17.

Acordei segunda-feira com o despertador. Me arrumei, tomei meu café... Enfim, minha rotina de sempre.
Quando cheguei na escola, estava cheio de alunos voltando para casa. Eu estranhei mas não disse nada, me aproximei e vi uma plaquinha no portão.
Por causa das obras, ficaremos fechados durante três semanas.
- É manu, 3 semanas... Vai fazer o que? - disse o Math por trás de mim.
- Tava me esperando é?
Eu me virei para ele.
- Claro né bobinha! - ele me deu um tapa de leve na cabeça - Tenho algo importante para falar com você.. Não se atrase!
- Não mesmo! - o Math sabia mesmo que me deixar curiosa me fazia não me atrasar.
- Na praia, te vejo logo. Certo?
- Em meia hora, pode ser?
- Meia hora? Cinco minutos e olhe lá!
Fui andando até a praia, daria cinco minutos até lá se eu andasse do jeito que estava andando.
Cheguei na praia e sentei no banquinho branco. Ele me veria lá.
- Manuela? É você? - essa era uma voz desconhecida e conhecida ao mesmo tempo.
- Oi! Sou eu.. Nossa, como você tá bonito. - apesar de não saber quem era ele, não estava mesmo mentindo. O menino era um gato!
- Lembra de mim?
- Eu n...
- Leonardo. - ele fez uma careta - Seu primo.
- Ah.. Me desculpe, minha cabeça tá tão atolada Leo!
- Não tem problemas Manu, eu entendo.. - eu sorri e ele olhou para o relógio - Eita! Já tá na minha hora Manuzinha, estou indo ok?! Beijos.
Ele me deu um beijo em minha bochecha, um pouco demorado.
- Cheguei! - Math olhou firmamente o meu primo enquanto sentava ao meu lado.
- Finalmente né Math...
- Diego, vem aqui! - ele gritou para trás.
- Diego? Não entendi Math.
- Oi Manu. - o Di apertou minha mão.
- Math, pode explicar? - eu olhei séria para ele.
- Posso! Você e o Di são o casal mais lindo que eu já vi. Não podem ficar separados! Nasceram um para o outro. Qual é Manu?
Olhei para o Diego, depois para o Math. O que estava acontecendo ali? O Di não falou pra voltarmos só quando eu estivesse preparada de verdade?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Whatever - 16.

- E os meus amigos? Meu namorado?
- Você quer ir para sua casa Manu? - ela não parecia se importar.
- Eu vou ficar sozinha?
- Não. Eu vou com você!
- Vai ficar lá até meu pai ficar melhor? E como vai ser quando ele voltar? Você vai me abandonar denovo, certo?
- Eu não sei Manu. - ela hesitou por um segundo e me olhou nos olhos - Vamos?
- Agora?
- Aham.
- Tá bem..
- Ok, você vai assim mesmo certo? Eu ia pegar suas roupas hoje e..
- Eu vou! Vamos então.
Descemos as escadas e me deparei com a imensa sala.
- Como é bela. - eu ainda estava olhando.
-Você acha? Contratei um decorador muito famoso!
-Você é rica.. Mãe? - senti uma sensação estranha ao pronunciar essa palavra.
- Eu ganho bem e moro sozinha. - enquanto ela falava entramos no carro.
- Entendo. - eu sorri.
- Seu pai também tem muito dinheiro! E a sua casa é bela.
- Mas não é tão grande quanto a sua.
- Tamanho não significa nada Manu. E principalmente que seu pai tem a melhor coisa em sua casa. Uma coisa que eu sempre quis ter.
- O que?
- Você, Manu.
Deixei que tudo se explicasse em minha cabeça. Como poderia? Minha mãe.. Viva? Nada fazia mais sentido. Até que me toquei de algo, vi que aquilo não era real, era apenas um sonho. É claro! Idiota. Como eu pude me deixar enganar por um sonho? Na verdade, era a primeira vez em que eu havia me tocado que era um sonho. Sabe quando você acorda, mas não acorda? Você comanda o seu sonho, vê que tudo ali é falso. Decidi que não teria outra chance para falar com minha "mãe" então porque deixaria tudo se acabar ali? Agora? E afinal, como eu acordaria desse sonho estranho? E até que parte ele era real?
- Mãe, a senhora queria mesmo me ter em casa? Por que não me explica logo tudo isso?
- Quer mesmo saber?
- É lógico!
- Tudo bem.. Eu conheci seu pai desde pequenos, ele era meu melhor amigo até mais ou menos a 8ª série.
- Como assim? Vocês pararam de se falar?
- Não. A gente começou a namorar Manu.
- Ah sim... Continue!
- Ok. Ficamos namorando até o 3º ano até que eu tive que me mudar para São Paulo. Eu e seu pai tivemos que terminar.
- Nossa, tadinhos.. - eu me deixei levar por minha própria imaginação e história.
- Pois é. Ai eu devia ter em média 20 anos quando voltei. E como sempre acontece, a nossa "galera" do 3º ano se juntou novamente. Para ver como estavam todos e essas coisas sabe? E foi ai que eu e seu pai nos vimos novamente e então, não nos desgrudávamos mais. Ele começou a faculdade junto comigo, era a mesma faculdade sobre coisas diferentes.
- Ah, que rômantico!
- Também acho querida! - ela sorriu e continuou - Então seu pai me pediu em casamento, foi a coisa mais linda do mundo. Nos casamos, tivemos as suas irmãs. E então, o médico disse que eu nunca mais poderia ter filhos. E por um milagre, nasceu você. A minha filha perfeita, seus olhos eram grandes, lindos e..
- Ok.. Vamos ao ponto mãe.
- E quando você completou 7 anos, eu recebi a proposta da minha vida. Uma coisa que eu lutei a vida inteira sabe?
- O que?
- Tocar piano.
- Por isso achei o som tão familiar.. Continue.
- Eu pensei muito, eu estava pronta para dizer não. E então, seu pai veio e me disse: é o seu sonho, você esperou a vida toda por isso. Eu te amo e nada vai mudar.
- Que lindo mãe!
- Eu chorei e tudo mais. E então aceitei a proposta e fui. No começo não mudou nada em minha vida, então eu continuei. Mas o trabalho começou a ficar puxado, tinha muitas turnês. E eu não queria que vocês se prejudicassem na escola. Ai eu tive a idéia mais idiota da minha vida, eu disse a seu pai que falasse para vocês que eu havia morrido. Eu era nova na época, tola. Eu nunca devia ter feito isso, mas foi o meu advogado que deu a ideia então eu cai na dele.
- Nossa mãe..
- Acredita Manu?
- Mãe.. Eu já sei que tudo isso é um sonho.
- O que?
- Você morreu em um acidente de carro quando eu tinha 8 anos, eu prefiriria a sua história.. Na verdade, a minha. Do que a realidade. - eu a abracei, mesmo sem senti-la.
- Manu, eu te amo.
- Eu também... Mãe. E daria tudo para te ter aqui, comigo.
- Eu sempre estarei com você. - uma lágrima caiu e escorreu por suas bochechas.
- Eu sempre estarei com você. - repeti sua frase e abracei o nada mais forte ainda.
Após isso, tudo ficou escuro.
- Manuzinha! Acorda.
- Pai? Como é bom te ver! - eu gritei pulando da cama e correndo até a porta do meu quarto para abraça-lo.
- Eita! O que deu em você?
- Eu não sei.. Pai, quando eu dormi?
- Quando eu passei mal e fui para o hospital.
- O que era pai?
- Nada, dor de barriga!
- E o Di? E o Math?
- O Diego falou comigo para dar a você o recado de que sabia que você só voltou com ele para ter um protetor, um escudo contra o Matheus. Ele falou que quando você quiser voltar com ele, de verdade, para vocês se encontrarem em algum lugar.
- Eu.. Vou ligar para ele.
- Agora não Manu.. Você sabe, tenho que te contar algo.
- Diga-me papai.
- Eu sonhei com... Sua mãe hoje. - senti um embrulho em meu estômago e um arrepio em minha espinha quando meu pai me dissera isso.
- Você o que?
- Eu..
- Eu sei pai! É que eu..
- Você...?
- Eu sonhei com ela também.
- Nossa filha! Que demais! Que curioso, diferente.
- Será que ela queria nos dizer algo por nossos sonhos?
- Para de ser bobinha Manu.. Sua mãe deve estar muito ocupada no Céu.
Meu pai nunca fora um daqueles caras religiosos, para ele, só existia Deus e o Céu. O resto era apenas coisas que os homens inventaram. E antes de conhecer a mamãe, nem em Deus e em Céu ele acreditara. Meu pai nunca foi um daqueles homens que tinham uma rotina só, ele vivia cada dia de sua vida como o último.
É claro que como todo o pai, ele havia me falado do Céu quando a mamãe morreu. O que mais ele diria? Falaria para uma criança de 8 anos que a mãe havia morrido em um acidente de carro? Lembro até hoje suas palavras "Filha, você sabe que a mamãe a ama certo? E você a ama muito não é? Sabia que a mamãe foi para um lugar lindo? Cheio de nuvens, flores, cavalinhos, gatinhos... Ela falou que te ama muito Manuzinha, e quando a gente a... Encontrar novamente, irá nos abraçar como nunca".
Ai mãe... Eu sinto sua falta.

Whatever -15.

Acordei em um quarto desconhecido, o quarto era repleto de fotos minhas. Todas as fases de minha infância, tudo que eu podia imaginar estava ali. Minha cabeça estava doendo, e agora, mais ainda com aquele quarto totalmente acolhedor e ao mesmo tempo desconhecido.
Levantei-me da cama confortável e macia e caminhei por um grande corredor. Ouvi um som conhecido e agradável, parecia ser um piano. Segui o som, insegura.
-Olá... Tem alguém ai? - olhei para a grande sala escura vazia, sem nada.
Ouvi alguém bater palmas duas vezes, e então a luz se acendeu. Ali estava ele o grande e belo piano, sentado nele estava uma moça. Seus cabelos eram pretos e lisos até a cintura, podia-se ver um ou dois fios brancos por cima que se destacavam de longe entre o preto de seus cabelos, ela devia ter em média a idade de meu pai, talvez um pouco mais nova.
Continuei fitando aquela mulher, ela estava com um vestido muito bonito, parecia que vinha de uma festa. Então, dei mais um passo à frente e então ela se virou para mim, delicadamente. E abriu um sorriso imenso e lindo, o sorriso mais encantador que eu vira em minha vida.
- Manuela, olha como você está grande! Tão bonita.. Não a vejo pessoalmente desde seus oito anos e admito para você que é mesmo muito mais bonita pessoalmente, talvez tenha me puxado nesse sentido, eu também não era muito fotogênica. - sua voz era acolhedora e simpática.
Hesitei por um momento e escutei algumas coisas que sem duvida foram muito... Estranhas.
- Como assim desde os meus oitos anos? - a bela moça me olhou com seus belos e penetrantes olhos verdes e sorriu.
- Não me acha familiar? - ela girou e então me abraçou.
- Para ser sincera...
- Manu, eu sou a sua mãe tolinha! - ela me abraçou mais forte.
- Minha o que? - empurrei ela para longe de mim - Nada disso... Minha mãe morreu. A senhora está louca!
- Durona como seu pai.
- A senhora é louca, me perdoe.
- Educada como sua avó.
- Nossa, agora a louca ai vai fingir que me conhece, que gracinha!
- Sinica e teimosa como.. A mim mesma.
- Chega de palhaçada. - virei-me para sair do quarto.
- Vai para onde? Pretende ficar com quem?
- Com o meu pai!
- Você não sabe?
- Do que?
- Seu pai... Entrou em coma Manuela.
- Meu pai o que? - eu senti tudo se desmoronar e então, eu desmoronei. Cai ao chão, queria que tudo fosse um grande pesadelo.
- Ele tem chances de sair dessa Manu, seu pai é forte!
- Eu sei! Ele nunca me abandonou. - olhei para ela como quem diz " diferente de você".
- Você não sabe de nada! Como pode falar assim com a sua mãe?
- Se você fosse minha mãe, não me largaria. Não largaria o papai! Não é isso que mães fazem.
- Eu sei. Mas não é tão simples como você pensa. Não é tão fácil assim Manu. A vida não é um sonho!
- Talvez você devesse ter me ensinado isso quando eu tinha 8 anos. Em vez de morrer!
- Como pode ser tão insensível?
- A vida me tornou assim. - as lágrimas por meu pai ainda caiam, mas dessa vez, não apenas por ele.
Talvez por aquela mulher que poderia mesmo ser a minha mãe, a que me largou e largou o meu pai quando eu tinha apenas 8 anos. Eu sou a insensível? E afinal, porque ela decidiu aparecer em minha vida agora? Agora que tudo estava ficando bem. Agora que o Di e o Math se entenderam e porque meu pai teve que ficar em coma? Porque a vida é tão injusta? Porque logo eu?
Várias e várias perguntas giravam em minha cabeça junto com memória de meu pai e eu.
Abri os olhos esperando que tudo aquilo fosse um pesadelo, mas eu ainda estava ali, caída ao chão.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Whatever - 14

Acordei com o barulho do meu pai deixando as panelas cairem, aquele sábado estava chuvoso e infeliz. Não era uma manhã muito agradável. Meu pai me deixou desde segunda em casa porque eu tinha desmaiado. Eu inventaria para ele que não foi nada. Mas eu não queria mesmo ver o Math. Como ele pode? Eu pensei que ele fosse meu.. Amigo. Nós nos conhecemos desde pequenos e ele já está aqui faz um bom tempo. Nisso que dá Manuela, confiar em todos. Depois de meu devaneio de meia-hora, levantei-me de minha cama e fui até o banheiro lavar meu rosto. Sequei ele com uma toalha de rosto que estava pendurada ali por perto e desci para ver o meu pai estava preparando.
- Nossa pai! Que cheiro gostoso. O que você tá fazendo ai, hein?
- Manu! Você acordou minha querida. É o nhoque só para dias especiais filhinha.
- Adoro ele! - eu ri - Que dia especial seria hoje?
- Hoje eu e o Fernando, pai do Matheuzinho completamos mais um ano de amizade!
- Nossa pai, que ótimo! - prefiri não pensar quanto tempo teria meu pai de amizade com o pai de Math.
- Você vai se animar querida! O Matheus virá aqui comer com a gente.
- Nossa pai.. Que ótimo. - fiz um sorriso forçado e me virei para subir.
- Ele gosta mesmo de você Manu.
- É.
- Eu gosto dele.
- É. - eu estava evitando muito mostrar a raiva que estava de Math naquele momento e se eu falasse algo a mais, concerteza me irritaria.
- Pai, posso trazer o Diego?
- Não acho que tenha muito a ver né Manu.
- Ah pai, para com isso. Ele é meu.. namorado! - senti um nó na garganta quando disse essa palavra.
- Verdade.. Ok, pode! Mas com uma condição.
- Qual? - me desanimei.
- Nada de beijinhos e nada de agarramento na minha frente. Entendido? - meu pai parecia um daqueles militares.
- Sim senhor! - fiz sinal de continência, seja lá o que isso significa na linguagem militar.
- Vai se vestir Manu! Mulher demora muito pra trocar de roupa e tomar banho, então vá logo e fala logo com o Diego.
- Tô indo.Subi as escadas correndo e peguei o telefone para ligar para o Diego. Digitei o número e esperei chamar.
- Alô?
- Oi. Eu posso falar com o Di.. Diego?
- Claro! Mas posso saber uma coisa antes?
- Pode sim!
- Você é a tal da Manu? Se não for, me desculpe. - ela deu uma risadinha.- Sou sim! E a senhora?
- A mãe do Diego.
- Olá senhora. Acho que não fomos apresentadas e..
- Sabe que fez o meu filho sofrer sua mulherzinha?
- Eu sei mas...
- Sem mas. O que quer com o meu filho? Quer faze-lo ficar mais uma vez preso no quarto por dias?
- Me desculpe, mas a senhora está entendo tudo errado. Não fui eu que terminei com o Diego. Ele terminou comigo! E tem mais, por nenhum motivo.
- É verdade isso?
- Sim!
- Me desculpe Manuela, eu não sabia. Você sabe como é mãe né?! Não pode ver filho sofrendo que já vai em cima. Perdão querida!
- Eu não sei como é mãe, me desculpe. Sem problemas, acho que eu entendo.
- Como assim? Ah, eu gostei de você mocinha! Vamos marcar de você vir aqui.
- Minha mãe morreu quando eu tinha 8 anos. Eu ficaria honrada em conhecer a senhora.
- Ah, meus pesames querida. Só um minutinho, vou chamar o Diego.
- Sem problemas.Ouvi o barulo do telefone batendo na mesa, eu creio, e a mãe de Diego chamando seu nome.
- Alô?- Oi Di! Sou eu.. Manu.
- Oi Manu!- É que eu quero que você venha para cá. Uma hora da tarde, poderia?
- Só um minuto.
- Sem problemas. - ouvi Diego sussurrando algo que nem me importei me ouvir.
- Posso sim Manu! Vou me arrumar. Afinal, já está quase na hora.
- Ok. Te vejo daqui a pouco. Te amo meu namorado prefirido. - eu deveria deixar claro que queria voltar com ele e não imaginei outra forma.
- Namorado? Namorado?! Voltamos? Ah Manu, te amo muito.
- Voltamos sim.. Também te amo! Vá se arrumar meu amor.
- Tô indo.
Desliguei o telefone e me troquei rápido. Assim que terminei de arrumar o cabelo, a campainha tocou, ignorei e continuei a me olhar no espelho.
- Manu, você me perdoa? - o Matheus estava ali na porta do meu quarto.
- Não.
- Porque? Olha, me perdoa. É que eu não pensei antes de fazer isso e eu nunca te atrapalhei com o Diego. Eu nem sei o que me deu, é que minha ex tinha me ligado naquele dia e brigado comigo e..
- Olha Math. Eu te perdoo, se me falar o que aconteceu com a sua namorada. - olhei para seus olhos e o abracei.
- Eu senti sua falta essa semana, porque não foi?
- Meu pai.. Você sabe.
- Entendo.
- Manu?
- Diego!
- Essa cena não me é estranha né? - eu disse. O Math riu e se aproximou do Diego como um amigo de velhos tempos.
- Dessa vez é sem brigas né Diego?
- o Math apertou a mão do Di.
- É Manu? - ele olhou para mim e balancei a cabeça.
- Sem brigas cara! - ele apertou a mão de Math.
Ufa. Pela primeira vez na minha vida algo deu totalmente certo! Talvez esse almoço não fora uma má idéia.
- Manuela! Ligue para a ambulancia. Seu pai está mal. - esse era o Fernando, pai de Math gritando desesperado do andar de baixo. Senti minhas pernas ficarem bambas e então cai. Acordada ainda, podia ver tudo. Mas não conseguia me mover. Isso só tinha acontecido comigo uma vez. Quando eu era pequena e fiquei sabendo que minha mãe tinha morrido. O que será que vai acontecer com meu pai? Nesse momento consegui ver o Math ligando para a ambulância e o Diego falando comigo. Tudo parecia estar em câmera lenta, como em um filme.
- Manuela, seu pai já está na ambulância, não se preocupe. - esse era o Di, o meu Di. Tentando me acalmar. Eu não conseguia responde-lo, por mais que eu desejasse.

sábado, 15 de agosto de 2009

Whatever. - 13

O sinal da saída tinha finalmente tocado. Minha perna estava doendo, e eu estava com um short da escola emprestado porque tinha caído sangue em minha calça e eles colocaram para lavar. O short não era muito curto, mas dava para ver um pouco do curativo em minha perna.
Levantei da cadeira com cuidado. O Diego ficava me olhando, esperando com calma eu levantar e sair da cadeira. Assim que levantei totalmente fui até a porta da sala, mancando.
- Manu? Você vai mesmo na.. Praia?
- Vou Diego. Porque? - eu me virei para ele.
- Posso ir junto?
- Não sei se o Math te chamou.
- E dai? Vamos. - ele segurou em minha mão e eu senti a mesma sensação que senti pela primeira vez que ele tinha feito aquilo.
Andamos, ou melhor, eu fui arrastada pelo corredor.
- Porque tanta pressa Diego? Ai.. Minha perna tá doendo.
- Desculpa meu am.. Manuela. Perdão, é que com você lerda desse jeito é mais fácil eu ir logo sozinho para lá.
- Tá esperando alguém?
- Tô né.
- Atá. - que raiva! Idiota. Vai encontrar sua nova namoradinha? Senti o meu sangue ferver.
- Até que enfim chegamos! - ele soltou de minha mão.
- É. - não deu tempo de falar e ele correu até o mar e tirou a roupa e entrou no mar.
- Manu! Demorou hein..
- É que minha perna tá machucada Math e.. - ele me interrompeu com um beijo. Empurrei ele.
- O que você tá fazendo? Qual é o seu problema Math?
- Ah Manu, foi dificil fazer você se separar do Diego. Mas você nasceu para mim, você sabe disso.
- O que? Você está louco? E espera ai.. Me separar do Diego? O que você fez? - meu olhos começaram a arder.
- Ah, Manu. Para de drama, você me ama!
- Eu amo o Diego. - eu gritei o mais alto que pude e então, as lágrimas escorreram pelas minha bochechas, eu não tentei segurá-las.
- Cala a boca Manu! Quer que a praia toda escute a gente? Vem, vamos pra casa.
- Eu não vou para lugar nenhum com você seu.. Seu falso, seu estúpido!
Sem olhar para trás, corri.
- Manu?
-Diego! - foi a ultima coisa que consegui falar antes de tudo se apagar e eu sentir o frio chão.

Whatever. - 12

- Filha?! Porque ainda não acordou? Levanta dessa cama agora! - meu pai gritou comigo da porta do meu quarto. Pra que gritar? Ele tava tão perto.
- Ah pai. Não tô afim.
- Não tá afim? Não tá.. Levanta agora dessa cama Manuela!
- Ai, você é muito chato!
- Chato? Então tá, vou na sua escola falar que você saiu de lá e vai voltar a estudar em casa.
- Não, não pai! Aqui estou eu, em pé! - levantei e cantarolei na ultima frase.
- Acho bom! - ele olhou para o relógio - Olha só! Já estou atrasado.
- Bom trabalho pai.
- Tchau! E vai para a escola, entendido?
- Entendido. - já estava falando sozinha, meu pai não estava mais me ouvindo.
Olhei para o relógio e vi que só entraria no segundo tempo. Tomei um banho para acordar, me arrumei e tomei meu café. Quando vi estava na hora de ir para a escola. Ou melhor, para a minha forca.
Fui andando sem vontade para aquela coisa que talvez fosse mesmo uma escola, outro dia e em outra situação. Porque nesse momento, era o lugar que eu deveria ver o Diego por mais ou menos 6 horas, pelo lado bom, teria o Math ali me ajudando a superar isso.
O sinal do segundo tempo tocou. Respirei fundo e entrei na sala imensa.
Aquelas cadeiras de dois lugares novas seriam uma novidade e tanto, seria uma coisa super interessante, em outro momento da minha vida.
- Senhorita Manuela, vai ficar ai em pé na porta ou vai sentar?
- Eu vou... Sentar.
Fitei as cadeiras e estavam todas lotadas. Sentei na primeira vazia que vi.
- Tinha que sentar aqui? Do meu lado garota? - Di? Ah, não brinca. Um monte de cadeira para deixarem vazias e deixam a dele? Logo a dele?
- A culpa é minha? Era a única disponível seu rude.
- Eu sou rude? Me poupe desse draminha ok Manuela?
- Ok! Quem precisa de você?
- Vocês podem parar de discutir Manuela e Diego? Agradeço.
- Ele que começou.
Eu podia sentir as fofocas se formando pela sala.
- A Manu e o Diego terminaram, eu já sabia! Ela não merece ele. - foi a única coisa que eu consegui captar.
Finalmente o sinal do recreio tinha tocado.
- Dá para levantar logo ou tá dificil?
- Eu já estou levantando Diego. Espera caramba!
- Lerda.
Levantei rápido. No que eu levantei, minha perna bateu em um parafuso que estava na cadeira.
- Viu? Olha só o que você fez!
- Desculpa Manu, deixa eu te levar na enfermeira e..
- Deixa que eu a levo.. Diego. - valeu Math! Estragou minha unica chance de conversar direito com ele.
- Não Math. Deixa que ele faz isso. Não se preocupe! - tentei me salvar.
- É. A culpa foi minha, eu a levo.
- Tudo bem. Eu só queria ajudar!
- Eu entendo Math. Não se preocupe, é só um machucadinho. - me estiquei e dei um beijo em sua bochecha.
- Dá para ir Manuela? Isso está sangrando muito. - o Diego falou secamente, fitando o Math.
- Já tô indo Diego.
- Depois da aula eu te vejo né Manu?
- Claro Math. Me encontre na praia!
O Diego colocou a mão em minha cintura e o meu braço por cima de seu ombro. Fomos andando pelo grande corredor em silêncio.
- Praia? - ele disse olhando pra frente. - Porque a praia Manu?
- Porque eu gosto dela. - eu hesitei por um segundo - E dai?
- Você sabe o que ela significa para nós. Digo, eu e você. - agora eu entendo qual é a diferença de nós e eu e você, e há uma grande e dolorosa diferença nisso.
- Significava.
- Significava? Quer dizer que não sente mais nada por mim? É isso?
- Não disse que não significava para mim pensei em você quando disse.. Isso.
- Você acha que eu ainda não te amo?
- Talvez..
- Porque eu terminei com você? - essa parecia mas uma pergunta para ele mesmo.
- Olha Diego, eu sei que confundi seu nome sem querer. Mas isso não foi um motivo plausível, me desculpe.
- Eu sei. Eu fico nervoso e faço as coisas sem pensar.. Manu, você me perdoa?
- Perdoo.
- Ufa! Que bom Manu. É dificil ser rude com você sabia?
- Mas eu não vou voltar com você. Não agora, depois do que você fez comigo. O que você acha? Que eu sou de pedra?
- Manu eu..
- Olha Diego, eu te amo muito. Mas o que você fez não tem explicação, vamos dar um tempo até eu me sentir bem, ok?
- Ok. - ele colocou sua cabeça em meu ombro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Whatever - 11.

- Diego! Qual é o seu problema? Porque tratou o Math.. Matheus assim? Que estúpido!
- Olha Manu, eu venho aqui te contar que minha avó morreu e que eu estou mal, venho aqui receber um abraço de minha namorada, algo que me console e olho ela abraçando um qualquer?- me encolhi ao ouvir isso. Coitado do Di, que idiota eu sou.
- Di, me perdoa? O que aconteceu com o Matheus e..
- Tudo bem Manu. Você sabe que eu te amo!
- Meus pesames.
Assim que eu disse ele arregalou os olhos. O que eu disse?
- Que bom que me ama também!
- Desculpa Math!
- Math?
- Di!
- Manu, qual é o seu problema?
Assim que disse isso, o Diego virou as costas e foi embora batendo a porta com força. Olhei ele pelo olho mágico que havia na porta, e pude ver ele ali.. Encostado na madeira da varanda, com cabeça baixa. Parecia estar... Chorando. Minha vista começou a embaçar e então, estava chorando também. Em poucos segundos senti aquele gosto salgado em minha boca. Olhei novamente no olho mágico e ele ainda estava ali. Abri a porta.
- Diego?
- Manuela, me deixe ok?
- Como assim Diego? Olha, eu confundi seu nome com o do meu amigo. Nada demais! Eu ainda te amo.
- Muito boa Manu, adeus. Nunca mais olhe para mim. Nunca.
Me senti quebrada. Despenquei no chão, mas não estava desmaiada.
Vi ele ir.
Sentei no chão da varanda e me encostei na porta. Ainda não conseguia parar de chorar.
- Manu? O que houve? Manu. Fale comigo.
- Oi Math.
- O que aconteceu? Porque está chorando? Ele te feriu?
- Sim.
- Onde? Cadê aquele idiota? Vou acabar com a raça dele e..
- Math, ele não me bateu seu tolo. - respirei fundo antes de continuar - Ele terminou comigo!
- Porque Manu?
- Eu não sei.
Vendo que eu não queria mais falar sobre isso, o Matheus me ajudou a me levantar.
- E então.. Vamos na praia? Respirar um pouco. Pode ser bom para você!
- Praia foi onde nos beijamos pela... Primeira vez.
- Manu.. Me perdoe, acho melhor fica sozinha.
- Também acho.
Matheus se aproximou de mim e deu um beijo em minha bochecha.
Entrei em casa e subi para meu quarto. Joguei-me em minha cama.
Só conseguia pensar nele.. Meu, que agora não era mais meu... Diego.

domingo, 9 de agosto de 2009

Whatever - 10.

Deviam ser cinco horas da manhã e eu acordara não com o despertador, nem com meu pai. Eu acordara com aquele sonho estranho e medonho que tive essa noite.
No mesmo momento em que acordei, senti necessidade de falar com minha irmã do meio, Julia.
Levantei-me de minha confortável e quente cama e caminhei cansada ate o quarto de Julia, estava vazio... É claro!
- Estados Unidos, droga! Esqueci. - pensei alto.
- Filha?! Acordou Bela Adormecida? - meu pai falava comigo do andar de baixo, creio eu que era da cozinha.
- Pois é pai. - falei descendo as escadas - Pai, sabe o número da Vanessa?
- Claro filha.
Meu pai se levantou e pegou sua agenda eletrônica preta.
- Deixe-me ver aqui! Vânia.. Vanuza.. Vanessa! Aqui filha. - meu pai me entregou a agenda com o némero.
- Obrigada pai! - dei um beijo em suas bochechas.
- Disponha!
Sorri e subi correndo para o meu quarto. Disquei o número que estava na agenda. O telefone chamou três vezes e então alguém atendeu.
- Hello?
- Hi! I can talk to Vanessa please?
- Ok! One minute.
- Ok, thank you.
- Hello?
- Oi Nessa. Sou eu, Manu.. Lembra né?
- Claro que eu lembro né maninha! Nossa, que saudades. Esqueceu de mim é?
- Nunca esqueceria! Nessinha, me diga uma coisa.. Por acaso a Jú tá ai?
- Tá sim! Só um minuto. - a minha irmã mais velha parecia uma americana tentando falar em português, achei hilário.
- Obrigada maninha.
- Alô?
- Oi Jú, sou eu.. Manu! É que eu precisava mesmo falar com você, sobre um sonho que eu tive sabe?
- Pode falar maninha!
- Então, eu sonhei que a mamãe estava...
- Estava o que Manu? - ela me interrompeu.
- Viva!
- Viva?! - ela não parecia surpresa.
- É, mas foi so um sonho. Mas eu senti algo, eu não sei Ju.. E senti necessidade de falar com você!
- Olha Manu, eu tenho que desligar agora tá? Fica tranquila, é só um sonho! Te amo muito. Beijos.
- Espe.. - ela não me deu nem tempo de terminar a frase. E porque derrepente ela teve que desligar?!
- Manuela. Estou indo trabalhar! Aproveita o sábado hein querida! E juízo tá?
- Beijos pai.
Deitei na cama denovo.
Acordei, já estava tarde. Já eram duas horas.
Olhei minhas mãos e estavam ocupadas, apertando forte o telefone, ainda.
Já que não tinha nada para fazer, decidi ligar para o Diego. Ver como ele estava.
Disquei o número que ja sabia de cor. O telefone tocou uma vez e me atenderam. Me assustei com a rápidez.
- Alô? - era o meu Diego, sua bela voz.
- Oi Di. Sou eu, a Manu. Pode falar agora?
- Olha Manu eu.. - ele hesitou por um segundo - Ou melhor! Posso sim. Vou na sua casa, agora. Posso? Preciso falar com você, agora. - demorei um pouco para captar tudo isso.
- Claro, venha! - mal terminei a frase e ele desligou.
Passaram-se alguns minutos, talvez meia-hora. Não sei.
Então a campainha tocou.
- Até que enfim! - pensei alto.
Desci correndo e abri a porta. E então, recebi um abraço. Mas não era o abraço do Diego. Era do... Math.
- Math?!
- Eu!
- Ah, oi.
- Oi Manu! Nossa, que saudades. Tenho que te contar uma coisa!
- Conte-me.
- Eu sonhei com você ontem. Nossa, ainda bem que você esta viva! - ele me abraçou mais forte ainda.
- Manu? - ops.. Esse era o Di, sua voz vinha da varanda.
- Diego! Que saudades.
- Também!
O Diego abriu a porta e o Math se tocou que ainda estava abraçado a mim.
- Quem é o seu.. Amiguinho? Não me vai apresentar?
- Claro que vou! Di, esse é o Math... Matheus, meu amigo de infância e meu vizinho. Matheus, esse é o Diego, meu...
- Namorado! - o Diego me interrompeu me abraçando de lado e analisando o Math.
- Eu já estava de saida mesmo! Tchau.. Manu. Tchau Diego! Se cuidem.
Os belos olhos de Math estavam tristes agora. Por um motivo desconhecido por mim, ele não estava feliz naquele momento. E o Di? Ele parecia estar com.. Ciúmes!

domingo, 2 de agosto de 2009

Whatever. - 09

Passaram-se uma semana, muito chata! O Math estava na casa da vó com o pai dele esperando a casa arrumar e essas palhaçadas. E o meu amor, o Di, tava viajando. Ele estava tão longe, sempre que eu pensava nele sentia uma dor enorme no coração. Hoje já era sexta, então seria o dia em que o Di voltaria para cá, ou melhor.. Para mim!
- Filha! A mãe do Diego ligou avisando que eles já chegaram e estão indo para a casa.
- Ok! Mas estão vindo? Onde eles tão?
- Pertinho meu amor, daqui a pouco estão aqui! - meu pai sorriu e depois foi para a varanda, eu fui atrás dele.
- Pai, o Math.. Matheus, disse algo de mim? - eu dei um pigarro para sair a última palavra.
- Disse. - ele olhava para frente, tranquilo, indiferente.
- O que? O que disse? - eu tentei evitar parecer ansiosa, mas não deu muito certo.
- Que você está linda! E que é uma pena estar namorando. - meu olhos arregalaram, olhei para meu pai e ele olhou pra mim, depois olhei para a casa do Math.
- Ele é.. Legal! - eu tentei parecer calma.
- Claro! Filha, se fosse para escolher, qual dos dois escolheria? - meu pai ainda estava tranquilo, indiferente.
- Eu? Acho que escolheria o.. - me interrompendo, a buzina do carro do Diego, ele estava no banco de trás, me deu um tchauzinho , quando me levantei e me aproximei, o carro disparou e me largou para trás.
- Vem filha, vamos entrar. Eles devem estar cansados da viajem! Não se preocupe. - meu pai colocou a mão em meu ombro e me puxou.
- Tudo bem.. Ele deve estar cansado mesmo. - eu disse de cabeça baixa.
Entrei em casa e subi para meu quarto, meu coração estava num aperto só, e para melhorar, quando entrei no meu quarto dei de cara com o quarto do Math, agora mobiliado e arrumado, mas vazio, não havia ninguém ali.
- Pai?! Que dia o Matheus vem pra cá? - gritei da porta do meu quarto para o meu pai que estava no primeiro andar.
- Hoje! - ele respondeu da varanda, eu creio.
- Que horas?
- Agora!
- Agora?! Como assim?
- Agora! Eles chegaram.
Desci correndo as escadas e lá estava ele, o meu Deus Grego.. Quero dizer, o meu amigo.. Math.
- Manu! - ele soltou a mala no chão e veio de encontro a mim, seus olhos eram tão lindos, não tinha nem percebido.
- Math! - eu o abracei forte.
- Já volto! - ele sorriu e voltou para o carro para ajudar seu pai com as malas.
Subi correndo para o meu quarto e como num passe de mágica, ele estava no dele também, olhando para mim e sorrindo.

sábado, 1 de agosto de 2009

Whatever - 08.

- Manu, você poderia levar o Matheuzinho para conhecer o lugar? - Matheuzinho? Meu Deus, meu pai não regula muito bem..
- Tá bom! Vem Math. - eu segurei em sua mão e o puxei para fora de casa antes que meu pai falasse qualquer outra besteira que acabasse comigo. - Então.. Onde quer ir?
- Não faço a mínima idéia Manu. - ele coçou a cabeça confuso.
- Já sei onde podemos ir! - eu me animei.
- Onde?
- Na praia, em breve terá o pôr do sol. É lindo! Quer vir?
- É claro!
Fomos correndo até a praia, evitei falar, para não me cansar muito.
- Chegamos! Bem na hora, já vai começar. Sente aqui! - apontei para o banco branco que ficava de frente ao mar.
- E então.. Manu, namorando ou algo assim?
- Eu? Não.. Quero dizer, sim. Sim! - ele deu uma risadinha e olhou para mim rápido e quando eu me virei de encontro a ele, ele olhou para a praia.
- Eu estava, até me mudar para cá.. - eu podia sentir ele prender as lágrimas.
- Você está se mudando? - eu tentei mudar de assunto, não queria vê-lo chorar.
- Sim! Seu pai não contou?
- Não.
- Sou seu vizinho. De janela até! A sua fica de frente pra minha, meu pai que disse. - ele riu e eu também.
- É, vou tentar não olhar pro seu quarto. - eu ri.
- Dificil vai ser eu não olhar para o seu.. Mantenha a cortina fechada! - isso foi sério? eu ri para descontrair.
- Então, agora que vai morar aqui.. Tá estudando em que escola?
- Não ria! Na mesma que você, aquela só para garotas! Meu pai disse que seria bom se estudássemos juntos! - ele sorriu. Que sorriso!
- Que lindo.. Er, quero dizer, que bom! - ele caiu na gargalhada e eu ri meio sem graça.
- É, acho que o pôr do sol acabou. Muito lindo!
- É mesmo!
Assim que terminei minha frase, Math colocou sua mão por cima da minha. Eu tirei e me levantei.
- Então, não acha melhor irmos pra casa agora?
- Me desculpa Manu.
- Sem problemas, você não viu minha mão ali.
- É... - ele abaixou a cabeça.
- Vem comigo!
- Ok!
Quando chegamos na minha casa, antes de entrar na porta, ouvimos uns berros horríveis. Abrimos a porta devagar e é claro, meu pai e o dele estavam em cima do sofá dançando e cantando.
- É Math, acho que vou ficar traumatizada pelo resto de minha vida! - eu disse olhando a cena toda.
- Bem vinda ao clube!
- Filha! Você está ai. - meu pai parecia surpreso e envergonhado.
- Math! Oi?! - esse era o pai dele.
- Vou para a casa! - ele disse segurando a minha mão e apertando ela como quem diz " vem comigo ".
- É, eu vou com ele! - eu disse meio confusa.
Assim que saímos da porta e a fechamos ouvimos algo que chamou nossa atenção.
- Acho que ela gostou dele e ele dela! - meu pai gritou, nem sei se fora de propósito. Mas o Math o ouviu e olhou para o meu rosto e começamos a rir.
- Ouviu isso Manu? Eu gostei de você!
 

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