domingo, 20 de setembro de 2009

Segunda temporada.

Decidi voltar a escrever aqui. Desculpem os leitores que se irritaram e tiveram que esperar - ou desistiram.
Postagem dia: 15/12/09.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Whatever - Festa de Fim de Ano.

- Cala a boca Manu! - o Math reclamou.
- Porque? Ela tá afim de você que eu sei..
- Para!
- Roberta, vem cá! - eu gritei para a menina do outro lado do pátio.
- Já vou! - ela gritou respondendo. É claro, todos nos olharam.
- Você é ridicula Manu..
- Você vai me agradecer bobinho!
- Oi gente! - ela era realmente muito bonita, seus olhos eram azuis, seus cabelos pretos lisos até a cintura.
- Oi.. - o Math disse meio sem graça.
- Beta! Já conheceu o meu amigo Math aqui?
- Já.. Somos da mesma sala, esqueceu?
- É claro.. Ai, me deixa. Não sou muito boa nisso. - olhei pro chão enquanto ela ria.
- Era só isso? - ela me olhou com desesperança.
- Queria mais? - enquanto eu falava o Math se levantou e foi falar com o Diego.
Ela esperou ele sair, e sentou ao meu lado.
- Eu gosto dele.. Eu sempre... Gostei.
- Eu acho que ele gosta de você Roberta.
- Eu não.. - ela abaixou a cabeça.
- É claro que gosta bobinha, eu sou a melhor amiga dele! Como eu não saberia disso?
- Mas ele nunca..
- O Math é meio bobo mesmo, mas vocês fazem um belo casal, entende?
- Eu..
- Para de se fazer de impossivel! - eu ri.
- Ai Manu! Você é tão legal.. Acha que ele vai me convidar para a festa de fim de ano?
- Porque não convidaria? - eu sorri para ela.
Ela me abraçou.
- Me sinto bem Manu! Obrigada.
- De nada. - eu me espantei mas continuei olhando para ela e sorrindo para disfarçar.
- Acha que eu devo? - ela olhou para ele.
- Óbvio!
Ela se levantou e foi até ele, enquanto ela se levantava, o Math olhou para mim. Como quem pede a resposta, eu apenas pisquei.
- Oi Math.. - foi o que eu consegui ouvir até o Diego sentar ao meu lado.
- Oi meu amor! - ele deu um beijo em minha bochecha.
- Di! O que tava falando com o Math?
- Coisas de amigos.. - ele sorriu.
- Chato! - dei um tapa de leve em seu ombro.
- Nossa, como você me ama! - ele debochou.
- Amo mesmo!
- Prova então! - ele chegou seu rosto mais perto do meu.
Eu estava a milimetros de seus lábios até que fomos interrompidos.
- Ei, ei! Pode parar de agarramento ai Senhorita Manuela.
- Eu não..
- Claro! - essa era a chata da nossa inspetora.
Eu realmente não entendia porque ter uma inspetora, e afinal, porque é proibido beijo nas escolas?
- Desculpa Diego.. Não posso te provar o meu amor agora. - eu debochei dele.
- Percebi.

O tempo pareceu voar, porque quando me dei conta já estava no carro de meu pai indo buscar o Math e o Diego.
Paramos primeiro na casa do Matheus. Meu pai apertou a buzina, em menos de um segundo o Math desceu.
- Oi.. Demorei?
- Aham..
- Desculpa eu..
- Ela tá brincando Matheuzinho. - meu pai o interrompeu.
- Bem a cara da Manu. - ele disse quando fechou a porta.
- É aqui pai!
Meu pai parou o carro e buzinou para o Diego descer.
Ele demorou algum tempinho, me matando de ansiedade.
- Olá. Boa noite! - ele falou quando fechou a porta.
- Nossa! Nem vi você abrindo a porta. Que susto Di. - eu disse.
- Tava tão destraida né. - meu pai disse zombando de mim.
- Olá senhor! Queria agradece-lo por estar aqui me levando. - o Diego era realmente muito educado com meu pai.
- Não foi nada, afinal, só estou fazendo um favor para minha filhota! - meu pai queria que essa frase fizesse um bom sentido, mas realmente não fez. Por sorte o Di entendeu o bom sentido.
A conversa durou bastante, menos a parte de futebol que o idiota do Matheus puxou como assunto.
- Chegamos crianças!
- Crianças.. - eu disse olhando pro meu pai - Obrigada pai, te amo!
- Também.
- Obrigada senhor!
- Não tem de que Diego.
- Tchau tio! - o Math falou pro meu pai super à vontade.
- Tchau Matheuzinho. Ah, chega mais perto!
- To indo. - o Math se aproximou e meu pai falou algo em seu ouvido. Os dois riram alto.
- Cuide de minha filha, ok Diego?
- Sempre senhor!
Meu pai saiu com o carro e eu na mesma hora me aproximei do Math.
- O que meu pai disse pra você?
- Nada não..
- Fala! - eu gritei.
- Só para eu pegar várias meninas.
- Realmente.. O papai nem faz idéia de que você já tem uma namorada!
- Eu não tenho..
- Claro que tem!
- Não, ela é apenas uma acompanhante. Eu gosto dela, ela é gata.
- Ai, ai Math.
- Então.. Vamos entrar?
- É claro!
Deviam ser três horas da manhã, todos os cabelos bagunçados. As maquiagem borradas, todos suados. Os meninos agora não vestiam mais seu smoking. Apenas uma blusa... Outros nem blusa usavam.
- Quer ir embora amor?
- Claro que não. - eu disse gritando para que o Diego me escutasse - E você?
- Não..
Olhei para todos os corpos se mechendo pelo salão e apenas um casal chamou minha atenção.
- Diego! Math e a Roberta. Olha. - apontei para os dois.
- Eles ficam bonitos juntos.
- É.
Senti um pequeno aperto em meu coração enquanto via os dois se beijarem, realmente não entendi.. Eu não tinha tudo que mais queria? Qual era o meu problema? Manu idiota.. Eu amo o Di! Esse aperto deve ser felicidade.
- Quero ir pra casa.
- Quer Manu? - o Diego sorriu forçadamente. Olhei para o Math e a Roberta, depois olhei nos olhos do meu amor.
- Não..
- Você é louca meu amor. A louca que eu mais amo.
- Também te amo.. - eu o abracei, olhando para o Math e a Roberta ainda.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Whatever - 20.: Ultimo capítulo.

Estava sentada na varanda, olhando a bela paisagem que ficava de frente para mim enquanto escrevia coisas sem sentido em meu caderno. Assim que a ponta do meu lápis quebrou e uma mancha de lágrima terminou o texto, parei para ler o mesmo:

Quem sabe que dia será amanhã?
Quem disse para nós que o amor é passageiro?
E afinal, quando dizem que ele é para sempre.. O que dizem com isso?
O que significa "para sempre"?
E amor de verdade, pode ser mesmo separado pela distância?
Ah, Diego.. Se eu pudesse, eu ficaria.. Eu ficaria aqui por você.
Porque a vida é assim? Eu realmente não queria me separar de você.
Você e eu somos um só.
E agora.. Não seremos mais. O inteiro foi repartido.


- Manu! Vamos querida? O aeroporto tem hora amor! Sua mala já está no carro. - o verdadeiro causador de minha dor, gritava sua vitória.
Ele realmente amou alguém? Sabe como é isso de verdade?
- Tá pai.. Tá.
- Diego! Pode vir se despedir dela.
- Você chamou o Diego?
- Era o mínimo que eu poderia fazer.. - Verdade!
- Entendo.
O Diego, lindo como nunca. Se aproximou de mim, seu sorriso despedaçado. Esse seria nosso último abraço, nosso último beijo. Seria a ultima vez que eu o veria.
- Pensei que a gente tinha mesmo se preparado para isso. - eu sorri com lágrimas escorrendo por minhas bochechas. Ele me abraçou mais forte.
- A semana toda se preparando, e estamos aqui.. Dois chorões. - ele riu enquanto eu falava.
Eu dei o nosso ultimo beijo, o beijo no qual eu nunca mais esqueceria, olhei em seus olhos lindos que estavam totalmente encharcados e vermelhos e então entrei no carro.
Não parava de olhar ele ali, sorrindo forçadamente. Eu também estava, como meu sorriso iria ser real se eu estava indo embora.. Sem o meu amor?
Quando já estava quase virando a rua, vi o Math me olhando da varanda dele e vi uma lágrima cair de seus olhos.
- Math.. Fui tão egoísta, só pensei em mim mesma. Que me esqueci de você, de me preparar para nossa despedida. Me perdoe? - pensei alto.
- Ele vai te perdoar querida. - meu pai olhou sério para a pista enquanto tentava me iludir.
Depois de algumas horas de chão. Chegamos ao aeroporto.
- É filha.. Agora nossa vida irá mudar! Para sempre.. - meu pai sorriu ignorando totalmente minha dor.
- Para sempre.. - hesitei por um momento - Pai! Espera. Eu não quero ir. Eu não posso ir.
Me joguei no chão, todos olharam para mim.
- Filha.. Levanta, anda. Agora não é hora para fraquejar! - meu pai implorava.
- Pai.. Eu não posso! - eu estava gritando involuntáriamente.
- Porque? Agora vai ser igual sua mãe? Ser egoísta e me largar na hora em que eu mais preciso? - ele gritou comigo.
Todos olhavam nossa cena como um filme.
- O que? - eu abaixei minha voz.
- A sua mãe.. No dia do.. - ele fez uma cara de dor antes de continuar - Acidente.. Sua mãe disse para mim que meu sonho nunca importou para ela. Que ela estava feliz com a vida dela, e que não queria isso! Eu sabia que ela só estava falando da boca pra fora... Mas a dor foi de verdade.
- Eu..
- Ela me disse também que eu deveria parar de ser egoísta, que eu deveria pensar nela também. Eu gritei com ela dizendo que era a coisa que eu mais fazia.. Que eu sempre a coloquei em primeiro lugar de meus planos, mas que eu estava esperando essa proposta a anos. Então ela acertou o copo que estava em sua mão na parede com força quebrando-o em vários pedaços, pegou a chave e saiu com o carro.
- Pai eu..
- Não passaram-se nem 20 minutos de que ela tinha saido de casa e eu recebi uma ligação.. - ele fechou os olhos com força, como quem tenta ignorar uma lembrança e ao mesmo tempo voltar a ela - Era ela, sua voz estava fraca. Ela disse que pedia perdão.. Que estava com a a cabeça cheia.. De que a egoísta era ela... - ele demorou um pouco para continuar - E que me amava e amava a vocês. Eu disse que a amava, e que a perdoava. Perguntei onde ela estava, e ela disse apenas.. "É tarde demais". E o telefone deveria ter caído de sua mão. - meu pai apertou o peito esquerdo com a mão, como quem segura uma ferida reaberta.
Eu o olhei e senti a dor dele, e ao mesmo tempo, a dor de uma filha.
- Porque nunca me contou isso?
- Você não estava na idade.
- Pai, eu não sou mais uma criança.. Ano que vem eu já entro na porcaria de faculdade, como acha que sou uma criança? Porque acha que eu não posso ter o meu amor como você teve?
- Filha eu..
- Pai. - eu o interrompi - Eu amo o Diego, eu quero ficar com ele. Não me importo com o futuro, se não for para acontecer, não irá acontecer. Mas pai, estou te pedindo. Deixe eu ficar, deixe-me amá-lo.. Como você amou a mamãe.
- Mas e se você sofrer?
- Você sempre estará aqui pai... Não importa o que aconteça.
- Eu te amo Manu.. E você está certa. E sem contar que.. O que um velho prestes a se aposentar como eu faria lá? Talvez eu devesse ter aceito quando tudo isso aconteceu.. Mas pode ter sido o destino. As vezes ele nos ajuda, certo?
- Certo pai. - encostei minha cabeça sobre o ombro dele.
As pessoas ainda olhavam para nós dois, eu realmente não me importava com aquilo. Agora eu voltaria para o Diego. Eu o teria ali.. Comigo.
Entramos no carro de volta, meu pai ligou o carro. Assim que ele começou a andar com o carro meu telefone tocou.
- Alo?
- Manu.. Eu li o seu texto. Ué, pensei que já estava no avião. - ele se espantou.
- Como leu? - senti vergonha no momento.
- Eu.. Sentei em sua varanda, e vi um papel jogado no chão.
- Diego seu fofoqueiro. - eu falei rindo.
- Me desculpe amor. Ah, eu já sinto sua falta querida.
- Não sinta mais.
- Hã? Como assim Manu? - ele se desesperou.
- Eu.. Eu, estou voltando Diego.
- Você está voltando? Só posso estar sonhando.. - ele gritou de felicidade. Acho que até ouvi alguém falar algo gritando de felicidade por trás dele.. Talvez a mãe.
- Eu vou voltar Diego. Meu pai concordou em voltar!
- Ah Manu.. Eu te amo!
- Eu também te amo, Di.
Desliguei o celular e olhei para a pista.
- Filha.. Ele ficou bem animado, não? - meu pai deu uma risadinha zombando de mim.
- É! - eu ignorei sua brincadeirinha.
- Porcaria.. - ele fez uma careta.
- O que?
- Você.. Estraga totalmente as minhas palhaçadas.
- É.. Eu adoro isso pai. Você não sabe como fica a sua cara. - eu dei uma risada alta.
- Bobinha..
Eu e meu pai nunca fomos de conversar.. Muito menos no carro, mas hoje era diferente, hoje nós conversamos até chegar em casa e depois mais um pouquinho.
- Agora vai dormir Manu.. Amanhã é um grande dia, desempacotar as coisas..
- ... Falar com o Di...
- ... Colocar tudo no lugar...
- ... Falar com o Di...
- Chega né? - ele riu me dando um tapa de leve na cabeça.
- Chega! - eu disse retribuindo o tapa.
Deitei em minha cama. É claro que eu realmente não consegui dormir. O tempo deve ter passado voando, porque para mim pareciam que tinham passado um minuto, mas meu pai já estava roncando.
Peguei um livro que estava na cabeceira, um que eu tinha parado de ler fazia um tempo. Seu nome era A marca de uma lágrima, comecei a ler com a luz do abajur. Quando estava cansada já de ler, apaguei a luz do abajur e me preparei para dormir. Meu olhos já estavam começando a se fechar.. Quase pegando no sono... Ouvi alguém me chamar da minha varanda. Poderia ser meu sonho já, mas levantei. Para não ser enganada pelo meu próprio sonho novamente, me besliquei. É.. Realmente doeu.
- Manu!
- Já vô! - sussurrei sem ver quem era.
- Ok.
Desci as escadas e abri a porta. Quando a abri, é claro.. Ele estava ali!
- Meu amor, eu não consegui dormir..
- Como.. Ah, Di! - eu o abracei.
- Por favor, nunca mais me deixe. Eu não fiquei nem um dia sem você aqui e já me senti quebrado. - eu o abracei mais forte, encostando minha cabeça no ombro dele.
- Eu nunca mais o deixarei Diego.. Nunca mais.
Me aproximei e ele me deu um beijo... Um beijo com sentimentos, com todos que eu poderia sentir, como um primeiro beijo, como o ultimo. Não era fácil definir nosso beijo, ele era apenas.. Perfeito... Como nossa ligação.
- Diego, eu não me importo com o que irá acontecer amanhã. Ter você aqui.. Comigo já basta! Seja qualquer o tempo, o modo. Eu quero te ter ao meu lado. Não me importo com o nosso "para sempre". Eu apenas.. Te amo!
- Eu também Manu.. Eu também.

FIM

domingo, 6 de setembro de 2009

Whatever - 19: Penúltimo cap.

Acordei com meus próprios gritos, minhas mãos estavam geladas e eu estava tremendo. É claro, fora tudo mais um sonho. Meus sonhos ultimamente estão sendo tão.. Reais.
- Manu, telefone! - meu pai gritou de seu quarto.
Peguei o telefone na cabeceira e coloquei em meus ouvidos desanimada.
- Alo?
- Oi Manu.
- Diego?
- Eu mesmo amor.
- Amor?
- É! Por favor Manu, volte comigo. Não consigo ficar mais nem um segundo sem você.
- Não quero conversar por telefone Diego.
- Tudo bem. Me encontre na quadra de basquete do condominio em 10 minutos, pode ser?
- Tá né..
Desliguei o telefone. Me levantei e fui caminhando até o guarda-roupas, escolhi uma calça jeans e uma blusa qualquer. Lavei meu rosto e desci.
Quando passei pelo quarto de meu pai ele estava na porta.
- Manu... Tá frio querida, vá colocar um casaco.
- Tá bem.
Voltei e peguei um casaco qualquer e vesti, desci correndo e fui até o pátio. Cheguei lá com um minuto adiantada. Sentei em um banco que estava perto do gramado.
- Manu!
- Oi Diego.
- Tudo bom?
- Tudo e com você?
- Só ficarei bem quando você voltar para mim.
- Diego.. Eu quero muito mesmo voltar para você, mas eu não posso.
- Como assim "não pode"? - ele me olhou confuso.
- Eu vou me mudar. São Paulo.
Ele não disse nada. Apenas se ajoelhou no chão e encostou sua cabeça na ponta de meus joelhos.
Senti meu joelho ficar umido. Ele estava.. Chorando?
- Diego.. Por favor, não chore.
- Eu não estou chorando. - ele continuou com a cabeça em meus joelhos, o som saiu um pouco abafado devido a isso.
- Meu amor.. Não queria mesmo! Por mim eu ficaria aqui. Mas e meu pai? Deveria perder a propósta que esperou quase a vida toda por nós?
- Eu.. - foi apenas o que ele conseguiu dizer.
- Sei o que quer dizer, eu te entendo Di. - levantei a cabeça dele em direção a minha.
Nunca mais queria ver o Diego assim, nunca mais.
- Diego, eu vou tentar fazer o possivel, ok? - sorri meio sem crer em minha própria palavra.
Cheguei meu rosto perto do dele e o beijei.

sábado, 5 de setembro de 2009

Whatever- 18.

Coloquei o som do meu aparelho no máximo, coloquei os fones de ouvido e deitei em minha cama. Pensando em várias coisas ao mesmo tempo, com a música alta que confundia meu pensamento e não me deixava pensar no Di.. Nem no Math.
Deviam ser 17 h e alguns quebrados quando acabou a pasta de músicas agitadas. E como em um golpe de dor, começou a tocar músicas lentas, românticas.
Senti um aperto no coração e então veio como em terceira pessoa o meu primeiro beijo com o Di, na bela praia, seguido da vez em que o Math segurou a minha mão, e diretamente a parte em que os dois estavam ali.. Na praia, o lugar onde os conheci de verdade, juntos. E o Math, falando que eu combino com o Di? Como poderia ele..
- Manu! - meu pai entrou em meu quarto, ouvi um pouco baixo sua voz por causa dos fones.
- O que? - eu me virei para ele.
- Para de gritar!
- Eu não estou gritando, pai.
- É claro que está! Tire essa porcaria de fone de ouvido.
- Você que manda..
Tirei os fones e joguei meu aparelho para longe de mim.
- Pronto! - eu sorri sarcasticamente. - Mais alguma coisa?
- Manu. Eu recebi uma propósta i-n-c-r-i-v-e-l! - ele disse com todas as letras se aproximando para um abraço.
- Aé?! Qual? - fingi animo.
- Eu e você, São Paulo! O que acha querida? - ele me olhou, seus olhos brilhavam. Forcei um sorriso. - Mas eu só aceitarei se você quiser..
Quando um pai diz "eu só aceitarei se você quiser", ele quer dizer "aceite ou morte".
- São Paulo?
- É filhota.
- Mas e o Di? E o Math?
- Ah amorzinho.. A vida é assim.
- Eu.. É que.. - sentia um nó na garganta todas as vezes que tentava inventar uma desculpa. - É claro pai.
- Ah filha! Não sabe como me deixa feliz dizendo isso. - ele me abraçou mais forte do que nunca.
- Eu sei pai.. - disse enquanto ele saia do quarto, ele virou a cabeça e sorriu e depois saiu - Mas e eu? Devo ficar feliz com isso?
O meu falso sorriso acabou em meu rosto. Sintia tudo se acabar ali, minha vida, meu amor.
Coloquei os fones de ouvido. Uma música lenta combinava o clima, acabando mais ainda comigo.
- São Paulo... São Paulo.
Uma grande cidade, bonita, pessoas estilosas.. É tão bela aquela cidade. Mas, qual seria a graça dela sem o Diego? Qual seria a minha graça sem ele?
Limpei as lágrimas que já estavam secas quando acordei e peguei o telefone. Disquei rápido o número e esperei chamar.
- Opa!
- Diego?
- Sim... Quem é?
- Eu.. A Manu!
- Quem?
- Manu! Sua ex.
- Tá louca? Não conheço nenhuma Manu, menina.
- Diego? - o outro lado ficou mudo, não tinha mais ninguém ali.
 

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