segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Whatever - 20.: Ultimo capítulo.

Estava sentada na varanda, olhando a bela paisagem que ficava de frente para mim enquanto escrevia coisas sem sentido em meu caderno. Assim que a ponta do meu lápis quebrou e uma mancha de lágrima terminou o texto, parei para ler o mesmo:

Quem sabe que dia será amanhã?
Quem disse para nós que o amor é passageiro?
E afinal, quando dizem que ele é para sempre.. O que dizem com isso?
O que significa "para sempre"?
E amor de verdade, pode ser mesmo separado pela distância?
Ah, Diego.. Se eu pudesse, eu ficaria.. Eu ficaria aqui por você.
Porque a vida é assim? Eu realmente não queria me separar de você.
Você e eu somos um só.
E agora.. Não seremos mais. O inteiro foi repartido.


- Manu! Vamos querida? O aeroporto tem hora amor! Sua mala já está no carro. - o verdadeiro causador de minha dor, gritava sua vitória.
Ele realmente amou alguém? Sabe como é isso de verdade?
- Tá pai.. Tá.
- Diego! Pode vir se despedir dela.
- Você chamou o Diego?
- Era o mínimo que eu poderia fazer.. - Verdade!
- Entendo.
O Diego, lindo como nunca. Se aproximou de mim, seu sorriso despedaçado. Esse seria nosso último abraço, nosso último beijo. Seria a ultima vez que eu o veria.
- Pensei que a gente tinha mesmo se preparado para isso. - eu sorri com lágrimas escorrendo por minhas bochechas. Ele me abraçou mais forte.
- A semana toda se preparando, e estamos aqui.. Dois chorões. - ele riu enquanto eu falava.
Eu dei o nosso ultimo beijo, o beijo no qual eu nunca mais esqueceria, olhei em seus olhos lindos que estavam totalmente encharcados e vermelhos e então entrei no carro.
Não parava de olhar ele ali, sorrindo forçadamente. Eu também estava, como meu sorriso iria ser real se eu estava indo embora.. Sem o meu amor?
Quando já estava quase virando a rua, vi o Math me olhando da varanda dele e vi uma lágrima cair de seus olhos.
- Math.. Fui tão egoísta, só pensei em mim mesma. Que me esqueci de você, de me preparar para nossa despedida. Me perdoe? - pensei alto.
- Ele vai te perdoar querida. - meu pai olhou sério para a pista enquanto tentava me iludir.
Depois de algumas horas de chão. Chegamos ao aeroporto.
- É filha.. Agora nossa vida irá mudar! Para sempre.. - meu pai sorriu ignorando totalmente minha dor.
- Para sempre.. - hesitei por um momento - Pai! Espera. Eu não quero ir. Eu não posso ir.
Me joguei no chão, todos olharam para mim.
- Filha.. Levanta, anda. Agora não é hora para fraquejar! - meu pai implorava.
- Pai.. Eu não posso! - eu estava gritando involuntáriamente.
- Porque? Agora vai ser igual sua mãe? Ser egoísta e me largar na hora em que eu mais preciso? - ele gritou comigo.
Todos olhavam nossa cena como um filme.
- O que? - eu abaixei minha voz.
- A sua mãe.. No dia do.. - ele fez uma cara de dor antes de continuar - Acidente.. Sua mãe disse para mim que meu sonho nunca importou para ela. Que ela estava feliz com a vida dela, e que não queria isso! Eu sabia que ela só estava falando da boca pra fora... Mas a dor foi de verdade.
- Eu..
- Ela me disse também que eu deveria parar de ser egoísta, que eu deveria pensar nela também. Eu gritei com ela dizendo que era a coisa que eu mais fazia.. Que eu sempre a coloquei em primeiro lugar de meus planos, mas que eu estava esperando essa proposta a anos. Então ela acertou o copo que estava em sua mão na parede com força quebrando-o em vários pedaços, pegou a chave e saiu com o carro.
- Pai eu..
- Não passaram-se nem 20 minutos de que ela tinha saido de casa e eu recebi uma ligação.. - ele fechou os olhos com força, como quem tenta ignorar uma lembrança e ao mesmo tempo voltar a ela - Era ela, sua voz estava fraca. Ela disse que pedia perdão.. Que estava com a a cabeça cheia.. De que a egoísta era ela... - ele demorou um pouco para continuar - E que me amava e amava a vocês. Eu disse que a amava, e que a perdoava. Perguntei onde ela estava, e ela disse apenas.. "É tarde demais". E o telefone deveria ter caído de sua mão. - meu pai apertou o peito esquerdo com a mão, como quem segura uma ferida reaberta.
Eu o olhei e senti a dor dele, e ao mesmo tempo, a dor de uma filha.
- Porque nunca me contou isso?
- Você não estava na idade.
- Pai, eu não sou mais uma criança.. Ano que vem eu já entro na porcaria de faculdade, como acha que sou uma criança? Porque acha que eu não posso ter o meu amor como você teve?
- Filha eu..
- Pai. - eu o interrompi - Eu amo o Diego, eu quero ficar com ele. Não me importo com o futuro, se não for para acontecer, não irá acontecer. Mas pai, estou te pedindo. Deixe eu ficar, deixe-me amá-lo.. Como você amou a mamãe.
- Mas e se você sofrer?
- Você sempre estará aqui pai... Não importa o que aconteça.
- Eu te amo Manu.. E você está certa. E sem contar que.. O que um velho prestes a se aposentar como eu faria lá? Talvez eu devesse ter aceito quando tudo isso aconteceu.. Mas pode ter sido o destino. As vezes ele nos ajuda, certo?
- Certo pai. - encostei minha cabeça sobre o ombro dele.
As pessoas ainda olhavam para nós dois, eu realmente não me importava com aquilo. Agora eu voltaria para o Diego. Eu o teria ali.. Comigo.
Entramos no carro de volta, meu pai ligou o carro. Assim que ele começou a andar com o carro meu telefone tocou.
- Alo?
- Manu.. Eu li o seu texto. Ué, pensei que já estava no avião. - ele se espantou.
- Como leu? - senti vergonha no momento.
- Eu.. Sentei em sua varanda, e vi um papel jogado no chão.
- Diego seu fofoqueiro. - eu falei rindo.
- Me desculpe amor. Ah, eu já sinto sua falta querida.
- Não sinta mais.
- Hã? Como assim Manu? - ele se desesperou.
- Eu.. Eu, estou voltando Diego.
- Você está voltando? Só posso estar sonhando.. - ele gritou de felicidade. Acho que até ouvi alguém falar algo gritando de felicidade por trás dele.. Talvez a mãe.
- Eu vou voltar Diego. Meu pai concordou em voltar!
- Ah Manu.. Eu te amo!
- Eu também te amo, Di.
Desliguei o celular e olhei para a pista.
- Filha.. Ele ficou bem animado, não? - meu pai deu uma risadinha zombando de mim.
- É! - eu ignorei sua brincadeirinha.
- Porcaria.. - ele fez uma careta.
- O que?
- Você.. Estraga totalmente as minhas palhaçadas.
- É.. Eu adoro isso pai. Você não sabe como fica a sua cara. - eu dei uma risada alta.
- Bobinha..
Eu e meu pai nunca fomos de conversar.. Muito menos no carro, mas hoje era diferente, hoje nós conversamos até chegar em casa e depois mais um pouquinho.
- Agora vai dormir Manu.. Amanhã é um grande dia, desempacotar as coisas..
- ... Falar com o Di...
- ... Colocar tudo no lugar...
- ... Falar com o Di...
- Chega né? - ele riu me dando um tapa de leve na cabeça.
- Chega! - eu disse retribuindo o tapa.
Deitei em minha cama. É claro que eu realmente não consegui dormir. O tempo deve ter passado voando, porque para mim pareciam que tinham passado um minuto, mas meu pai já estava roncando.
Peguei um livro que estava na cabeceira, um que eu tinha parado de ler fazia um tempo. Seu nome era A marca de uma lágrima, comecei a ler com a luz do abajur. Quando estava cansada já de ler, apaguei a luz do abajur e me preparei para dormir. Meu olhos já estavam começando a se fechar.. Quase pegando no sono... Ouvi alguém me chamar da minha varanda. Poderia ser meu sonho já, mas levantei. Para não ser enganada pelo meu próprio sonho novamente, me besliquei. É.. Realmente doeu.
- Manu!
- Já vô! - sussurrei sem ver quem era.
- Ok.
Desci as escadas e abri a porta. Quando a abri, é claro.. Ele estava ali!
- Meu amor, eu não consegui dormir..
- Como.. Ah, Di! - eu o abracei.
- Por favor, nunca mais me deixe. Eu não fiquei nem um dia sem você aqui e já me senti quebrado. - eu o abracei mais forte, encostando minha cabeça no ombro dele.
- Eu nunca mais o deixarei Diego.. Nunca mais.
Me aproximei e ele me deu um beijo... Um beijo com sentimentos, com todos que eu poderia sentir, como um primeiro beijo, como o ultimo. Não era fácil definir nosso beijo, ele era apenas.. Perfeito... Como nossa ligação.
- Diego, eu não me importo com o que irá acontecer amanhã. Ter você aqui.. Comigo já basta! Seja qualquer o tempo, o modo. Eu quero te ter ao meu lado. Não me importo com o nosso "para sempre". Eu apenas.. Te amo!
- Eu também Manu.. Eu também.

FIM

8 comentários:

Unknown disse...

Mara!!!!!!!!!!Lindo!!!!!!!!!Amei!!!!!!!!!!!!!!!!Devia ter mais

Mariana Fernandes disse...

AAAAAH! Que lindo! Quero a continuação, comofas?

Unknown disse...

perainda né ? e o math ? nada relacionado a ele no fim ? poooxa :x

Vitória C disse...

Que liindo queroo maiis

Mah disse...

ameiiii,mas e o math?[2]tudo que é bom acaba:caminho das indias,whatever....rsrs mas o blog vai acabar tb?espero q não
bjs

maria... disse...

essa foi uma das histórias + lindas q já li...
pena q teve um fim... mas na verdade diria q foi um fim muito lindo
:)

Marina disse...

q liiiindo *_* é sério escreve maaaaais

Unknown disse...

Ameeei, sério mesmo, eu chorei *-*
senti um pouco a falta do Math, tipo um finakl feliz pra ele tbm, poderia ter uma amiga da manu pra ele ficar, sei lá ...
Mas tá liiiindaa a histoiria, eu não quero o fim, eu quero uma segunda temporada *-*
ahsuahsauhs

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